26 de novembro de 2009

DICAS - Achei um gatinho, o que fazer?

Achei um Gatinho - O que fazer?

Quase que diariamente, pessoas nos procuram dizendo que encontraram um ou mais gatinhos e nos perguntam se a Toca dos Gatinhos pode ficar com eles.
Já estamos trabalhando além da nossa capacidade, e seria irresponsável acolhermos um número de gatos que colocasse em risco a saúde dos que já estão conosco, com muito sacrifício.
Não somos ricos, todos trabalhamos e tiramos dinheiro do bolso para ajudar os gatinhos.
O que acontece, na maioria das vezes é o seguinte:
- as pessoas falam que não podem ficar com o gato, estabelecem prazos (só posso ficar por uma semana, etc.);
- Outra forma de pressão é as pessoas dizerem que vão ter que chamar o CCZ ou ter que largar na rua.

Tem gente que acha que só porque tirou o gatinho da rua ou de situação de perigo, já fez a parte dele.
Por isso, muita gente procura “alguém ou uma ONG” para ficar com o gatinho : “Conheço uma velhinha que tem muitos gatinhos e gosta deles, leve o gatinho para lá”.
Dificilmente pode haver decisão mais equivocada. É a típica solução de quem quer apenas se livrar do problema.
Outras soluções igualmente inadequadas são: levar para um abrigo, colocar num local público, etc. A maioria dos abrigos já está lotada e o gatinho pode pegar uma doença fatal e morrer. Gatos colocados em locais públicos são alvo de pessoas malvadas e podem ser chutados, envenenados, etc. sem nenhum motivo.
Conheço um cemitério da cidade onde muitos gatos são abandonados. O que acontece com eles? Ou são expulsos pelos gatos que já moram lá ou morrem atropelados ao tentar atravessar a rua. Em parques, os machos são hostilizados pelos outros machos que moram lá.
Abandonar fêmeas na rua ou locais públicos é uma irresponsabilidade imensa, pois ela pode gerar dezenas de descendentes, aumentando ainda mais o problema.
Conheço um parque onde muita gente abandona achando que o gatinho foi para o paraíso, mas um suspeito está envenenando os gatos de lá.
Por outro lado, podemos orientar as pessoas sobre os procedimentos mais adequados para cuidar do gatinho até que ele seja adotado.

PRIMEIRA ETAPA – ASSEGURAR A SOBREVIVÊNCIA DOS GATINHOS

Se o gatinho for muito pequeno e não conseguir comer ração de filhote, não dê leite de vaca puro, pois isso pode dar uma diarréia terrível.
Você pode preparar uma das diversas receitas disponíveis de leite materno, apontadas no final do texto, ou comprar leite em pó específico para gatinhos, como por exemplo o Max Milk para gatinhos. O ideal é que eles sejam levados ao veterinário para que uma avaliação da saúde deles.
Se eles já estiverem em condições de comer ração, o padrão de qualidade mínimo que recomendamos é a CAT CHOW Filhotes, da Purina.
As melhores marcas são Proplan, Royal Canin, Hills, Premier, Guabi Natural e Eukanuba/IAMS.
Não compre ração muito barata, dessas vendidas em supermercados e mercearias, pois costumam ser de péssima qualidade.
Pode ser necessária a administração de vermífugo (uso veterinário). Se houver necessidade de outros medicamentos, consulte um veterinário. Não dê medicamentos por conta própria, pois o animal pode ter uma reação inesperada e vir a óbito.
Caso o gatinho esteja muito debilitado, a ração úmida A/D da Hills (latinha) pode ser a diferença entre a vida e a morte.
Frango cozido desfiado pode ajudar nos primeiros dias, mas não continue com o frango indefinidamente.
Não dê carne crua, que pode dar problemas de saúde e de formação irreversíveis.
Se os gatos forem pequenos, podem caber em qualquer banheirinho, quartinho ou em outro local improvisado.

SUBSTITUTO PARA LEITE MATERNO

RECEITA 1

1 litro de leite Integral
2 gemas
2 colheres de sopa de creme de leite
1 colher sopa de açúcar
1 pitada de sal
Modo de Preparo: Bata as gemas, acrescente o leite e coloque a ferver.
Quando estiver fervendo, coloque os demais ingredientes. Deixe esfriar.

RECEITA 2

1 copo de leite integral de caixinha
1 copo de água fervida, filtrada ou mineral
2 colheres de sopa de farinha láctea
1 gema de ovo cozida e amassada com o garfo, sem a clara pq clara faz mal para o bebê
1 colher de chá de mel
Misture tudo, bata no liquidificador e coloque numa vasilha de vidro lacrada. Guarde na geladeira e na hora de alimentar o bebê gatinho retire só a quantidade necessária.
Esta receita serve para até 3 dias. Depois disso precisa fazer uma nova. É prático, saudável e barato.
O leitinho caseiro pode ser administrado por meio de conta-gotas ou mesmo seringas de 3 ml sem a agulha.
Pode dar para o nenê gatinho muitas vezes ao dia, pq nas mamães eles mamam a toda hora.

LEITE EM PÓ ESPECIAL PARA GATINHOS

Se achar mais prático, compre em pet shops leite em pó específico para gatinhos, que substitui o leite materno.
Um deles é o Max Milk, da Total Alimentos.

HIGIENE

Outro ponto importante é a higiene. Você certamente não irá gostar, mas terá que substituir a mãe nessa tarefa também.
Quando muito pequenos, os gatinhos só evacuam e urinam quando estimulados pelas lambidas da mãe, quando esta os lava após as mamadas.
Calma, você não precisa lambê-los! Um algodão embebido em um pouquinho de água filtrada já faz o serviço.
Aproveite para limpá-los de resíduos de leite, fezes e urina, para que o local onde dormem e passam todo o tempo esteja sempre limpinho.
Troque regularmente toalhas, jornais, etc.

DESMAME

Com 3 semanas você pode iniciar o processo de desmame. Geralmente não é difícil e os pequenos gostam de experimentar novos sabores.
Acrescente ao leite, um pouco de sopa de bebê, batida no liquidificador.
Experimente aquelas papinhas da Nestlé.
A partir de um mês de vida, é possível que eles já comecem a comer ração de filhotes.
Não compre dessas rações coloridas, que têm muitos corantes, pois pode dar uma baita diarréia.
Procure comprar Royal Canin, Hills, Proplan, Premier, IAMS, Eukanuba ou Guabi Natural, tendo o cuidado de comprar as específicas para filhotes.

SEGUNDA ETAPA – PREPARANDO O GATO PARA ADOÇÃO.

Pense bem: os gatos que você achou abandonados foram conseqüência da irresponsabilidade de alguém. Provavelmente os donos da gata-mãe abandonaram os filhotes depois da gata deles ter dado cria e vão fazer isso novamente da próxima vez em que ela engravidar, mas pode acontecer de na próxima vez eles “darem um jeito” na mãe também.
Muita gente só pensa em repassar o gato para a frente, sem nenhum cuidado, o que pode simplesmente multiplicar o problema.
- nós orientamos sobre a importância da castração e, quando perguntamos sobre os gatinhos, as pessoas que nos pedem ajuda dizem felizes “Eu já consegui doar os gatinhos. Obrigado”. Obviamente na maioria das vezes são doados sem castrar e o problema vai só mudar de endereço e vai provavelmente se MULTIPLICAR em pouco tempo.

CASTRAÇÃO DOS GATINHOS A SEREM DOADOS.

O que pode acontecer se você doar os gatinhos sem castrar?
Com 5 meses de vida, a gatinha pode ficar prenhe, ter 7 filhotes, e engravidar novamente menos de 3 meses após a primeira cria, tendo mais 7 filhotes.
Por sua vez, os filhotes desta filhote podem engravidar com 5 meses, terem vários filhotinhos e assim por diante.
Em menos de um ano, pode ser que nasçam 20 a 30 gatos daquela gatinha que você doou sem castrar. Então ao invés de UM gatinho precisando de lar, em pouco tempo vão ser DEZENAS.
Acredita em Papai Noel quem pensa que todos os gatinhos encontrarão donos responsáveis para adotá-los. Mesmo porque isto é impossível, pois nascem muuuuuuuiitos gatinhos, fora os que já nasceram e jamais terão um lar.

CASTRAÇÃO EFETUADA PELO ADOTANTE, DÁ PARA CONFIAR?

Na hora de fazer a adoção, se perguntar ao adotante se ele vai providenciar a castração, a maioria vai dizer que sim, mas pouquíssimos realmente vão fazer isso.
Em alguns casos o adotante até tem intenção de castrar, mas alguém menos informado que more com ele(a) pode ser contra a cirurgia.
Muita gente pode desistir ao ser informada do preço que alguns veterinários cobram (200 a 300 reais) e desconhecem que vários veterinários na cidade cobram preços muito bons (50 reais em média, às vezes até menos).
Então, o mínimo a ser feito é orientar o adotante da importância da castração.
No final do texto temos uma relação de alguns dos veterinários que cobram ótimos preços pela cirurgia, indique-a aos adotantes.
Garantido mesmo é doar o gatinho já castrado, mas se não for possível, faça ao menos isso. A castração não serve apenas para evitar crias indesejadas, ela proporciona benefícios enormes à saúde do animal e pode ser feita a partir dos 2 meses de vida.
Gatas castradas antes do primeiro cio têm menos de 1% de chance de terem tumor de mama e nunca terão infecção no útero (piometra).
Gatos machos não castrados podem urinar pela casa toda, marcando território. Pior: um único macho pode engravidar várias fêmeas ao mesmo tempo.

TERCEIRA ETAPA – SELECIONAR OS ADOTANTES E ACOMPANHAR A ADOÇÃO.

Divulgue a adoção por meio de cartazes ou por meio de sites na Internet (segue a relação no final). Fotos ajudam bastante.
Não doe o gatinho só porque o adotante é seu amigo ou parente. Eu mesmo não doaria gatinhos para alguns parentes ou amigos meus por não terem condições financeiras de arcar com o gato ou não morarem em locais seguros para eles.
Faça perguntas, certifique-se que a pessoa não está adotando só por impulso. Sugerimos as seguintes perguntas básicas:
1) Se já teve animal e o que aconteceu com eles?
2) Quem tomará conta do gatinho se você for viajar?
3) Todas as pessoas que vivem com você estão de acordo com a adoção?
4) Você está preparado financeiramente para cuidar do gatinho? Uma consulta ao veterinário não costuma sair por menos de 50 reais.
Se possível, leve o gato diretamente à casa do adotante.
Anote telefone e email para ficar em contato. Lembre-se que pode acontecer de o adotante querer devolver o gato, e se ele não puder entrar em contato com você, provavelmente jogará o gato na rua.

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